Nelson Miranda nasceu em 1979 em Portugal. Tem uma licenciatura e um mestradi em Arquitetura pela FAUP (2004 e 2011). O seu trabalho concentra-se na documentação de objetos e em paisagens construídas. Em 2011 começou a desenvolver os seus primeiros projetos de fotografia e a expô-los em 2013. O seu trabalho tem sido alvo de curiosidade , tendo sido selecionado para várias exposições e trabalhos editoriais nomeadamente: Festival Circulation(s)” com a direção artística do François Cheval e da Audrey Hoareau (Paris, FR, 2019), “Riba de Ave” (MIP – Month of the Image of Porto, PT, 2019), “Reclaiming Our Future” - Reclaim Photography Festival (West Midlands, UK, 2018), “The Print Swap” com curadoria de Alexa Becker (Berlin Blue Art gallery, Berlin, DE, 2018), “Fundação Lar do Emigrante Português no Mundo” - Foundation for Portuguese Emigrants in the World - (Espaço Campanhã, Porto, PT, 2017), “Duplicado” (Duplicated) e “Territórios” (Territories) (Adorna Corações gallery, Porto, PT, 2016 and 2014) e“Visual Narratives: European Capital of Culture Guimarães 2012” (FAUP, Porto, PT, 2013).
Fundação Lar do Emigrante Português no Mundo
Nelson Miranda
Exposições
13 Set 2019 > 27 Out 2019
Mosteiro de Tibães
A série “Fundação Lar do Emigrante Português no Mundo” é um projeto fotográfico e de pesquisa que teve início em 2016 e que continua em desenvolvimento. O projeto desenvolveu-se nas ruínas da sede da Fundação Lar do Emigrante Português no Mundo, uma pequena cidade satélite construída na década de 80 numa zona florestal do norte de Portugal. A instituição, planeada e parcialmente construída por um emigrante retornado da Venezuela pretendia receber outros que, como ele, haviam retornado a Portugal. No entanto, devido à megalomania da iniciativa privada e à falta de financiamento, a empresa não teve sucesso. O local está abandonado e tem os usuais sinais de vandalismo, mas também tem indícios de ser usado por grupos de extrema direita. As imagens da série sugerem um mapeamento do espaço de forma a que o espetador se detenha nos sinais do seu recente uso por parte de grupos neonazis, sendo estas as imagens mais perturbadoras da série. O diálogo iconográfico que se desenvolve provoca uma reflexão sobre a permeabilidade do conceito de utopia, e termina com uma ironia que parece exemplificar a escala das crises sociais que estão agora a ser enfrentadas em muitos países, e que comprometem particularmente a integridade da União Europeia, bem como as suas intenções.
O projeto é fotografado em filme de formato médio e inclui documentos encontrados no site (fotografias, ilustrações, cartazes, desenhos arquitetónicos, correspondência) e uma entrevista com o mentor da fundação para o documentário "Casa Portuguesa, Casa Estrangeirada", RTP, 1988.
Nelson Miranda
Portugal