Bharat Sikka nasceu em 1973 na Índia.
Bharat cresceu e trabalhou como fotógrafo na Indía até ingresar na Parsons School of Design em Nova Iorque, onde fez um Bachelor of Fine Art em Fotografia. No seu trabalho, Bharat retrata de forma documental e contemporánea novas visões da India. O seu portfolio consiste em retratos ambientais do homens indianos, paisagens urbanas na India e um trabalho pessoal sobre a sua própria familia. Desde a sua primeira exposição “Indian Men” no seu atelier em Nova Iorque, o seu trabalho tem sido exposto em diversas exposições nacionais e internacionais, incluindo o Museu Nacional da India (2008). Para além das exposições, Bharat contribem para varias revistas e publicações tais como New York Times, W, The New Yorker, I.D, Vogue, Vogue Homem Internacional, Detais e Time magazine. Bharat vive e trabalha entre a Europa e a India.
Where The Flowers Still Grow
Bharat Sikka
Exposições
13 Set 2019 > 27 Out 2019
Galeria Salut Au Monde!
O estado de Caxemira permanece como um lugar mítico na mente da Índia. Há muito conhecido como um dos mais belos vales montanhosos do mundo, desde o final da década de 1980 tornou-se sinónimo de um conflito político e sectário que atinge o cerne da identidade da Índia. Bharat Sikka visitou pela primeira vez Caxemira em 2013, de férias com a sua família. Lá, ele descobriu o romance de Mirza Waheed, The Collaborator, que conta a história da luta de um jovem caxemirense com o seu próprio sentido de si mesmo, abalado pelas exigências da história e do presente. Isso fez com que Sikka fizesse inúmeras visitas a Caxemira em 2014 e 2015, viajando por toda a região para fotografar as pessoas que lá viviam, de forma a tentar entender o dilema deste povo através da sua própria experiência pessoal.
O núcleo central de “Where the Flowers Still Grow” é composto por retratos, predominantemente de homens jovens que foram fotografados sozinhos dentro da grandeza colossal de uma natureza intocada, que parece não saber nada sobre fronteiras nacionais e rivalidades políticas. Os homens olham para a câmara de Sikka, que olha de volta para eles, apelando a que as suas representações rompam por entre o silêncio, fornecendo o milhão de palavras que seriam necessárias para explicar tudo. Observamos uma rocha específica ou um caule florido dentro da imagem que parece estar a anos-luz de distância tanto do fotógrafo quanto do seu tema, implicando o nosso próprio enigma existencial como observador da imagem. Onde estão as perguntas e respostas contidas nesta imagem que mostra um olhar preso dentro de um outro olhar?
Tendo combinado retratos de homens de Caxemira com as suas paisagens, Sikka empenhou-se em registar os detalhes mais pessoais das suas visitas, capturando não apenas objetos encontrados em casas, mas também animais mortos, prédios abandonados e elementos da natureza. Estes detalhes fornecem uma mise-en-scène para o projeto de Sikka, articulando uma interpretação mais subtil da região e dos seus habitantes. O que nos resta, em última análise, é a resposta emocional de Sikka às suas visitas a Caxemira, a evidência residual de eventos traumáticos e as testemunhas mudas das convulsões da história.
* Exposição produzida pela Salut Au Monde!
Bharat Sikka
India