Cristiano Volk
Laissez-faire
Imaginem uma vida que é vivida sob o brilho de uma luz artificial, onde a realidade não é experimentada diretamente, mas através de telas. Imaginem um mundo tão densamente conectado, no qual todas as distinções através das quais aprendemos a dar sentido ao tempo e ao lugar - interior e exterior, privado e público, dia e noite - desmoronaram numa única alucinação em tons de néon. Imaginem a alienação coletiva de biliões de pessoas cujo único propósito é agir como veículos para a troca de bens. Este é o mundo descrito no Laissez-Faire de Cristiano Volk. Pode parecer um futuro distópico, mas é o nosso presente. A direção na qual podemos orientar estas observações é, no entanto, histórica. O título do trabalho de Volk tem origem em ideias que existem desde o século XVIII. O capitalismo de laissez-faire tem as suas raízes na doutrina do economista político Adam Smith, que defende que o comportamento económico humano está sujeito a uma ordem natural implícita, e que esta seria corrompida por qualquer forma de regulamentação. Smith defende que quando é dada a liberdade aos indivíduos ou a grupos de indivíduos para agir de acordo com os seus interesses próprios, eles escolheriam naturalmente o caminho que trouxesse o máximo de prosperidade e felicidade para a sociedade como um todo. Tal como a própria natureza, o capitalismo laissez faire é idealizado como um sistema autorregulado.
Cristiano Volk é um fotógrafo italiano que vive e trabalhar numa pequena cidade no nordeste de Itália - Straranzano. Depois de um breve tempo de estudos na Spazio Labo em Bologna, trabalhou com artistas tais como Massimo Mastrorillo na D.O.O.R Academy e com o Federico Clavarino. O seu trabalho aborda de forma critica temas sociais, politicos e culturais. No seu trabalho Cristiano aborda vários temas, tais como o turismo em Veneza inserido no projeto Sinking Stone project, o transtorno depressivo em Mélaina Cholé e as conotações dos consumidores e do dinheiro em Laissez-faire. O seu trabalho tem raizes profundamente políticas, sendo que explora as relações do homem com o espaço (de forma cultural e geográfica) onde vive. O projeto Sinking Stone venceu o prémio Slideluck Jason Fulford Award Gazebook em 2017. Em 2018 foi finalista do prémio FUAM Dummy Book Award e do prémio SELF PUBLISH RIGA Dummy Contest. Em 2019 o seu primeiro livro Sinking Stone foi publicado pela Witty Books e no mesmo ano foi selecionado pela revista online American Suburb X como um dos melhores livros de photographic books of 2019. No ano seguinte o seu projeto Mélaina Cholé foi publicado pela editora americana Yoffy press. Cristiano recebeu recentemente o prémio FRESH EYES 2020 promovido pela GUP Magazine. FRESH EYES apresenta todos os anos os 100 melhores fotógrafos emergentes daquele ano.
Exposição:
Galeria do Paço da UMinho
Segunda a Sábado: 10h00 - 18h00