Unutursan Darılmam
Ci Demi
Unutursan Darılmam* (2019 - Em continuação) Tudo nesta história acontece num apartamento em Istambul. Contexto da história: Devido a um episódio depressivo grave em 2019, o autor não conseguiu sair de casa durante o período de um ano; exceto para fazer visitas a psiquiatras ou para ocasionais e muito curtos passeios ao centro da cidade.Após alguns meses fechado num quarto, a própria cidade tornou-se uma memória desvanecida e um ser monstruoso em constante mudança. O autor agarrou-se às poucas fotografias que podia fazer e usou todos os seus momentos de vigília para estudá-las; editando-as, classificando-as, escrevendo sobre elas.A sociedade tende a considerar a saúde mental como uma luta pessoal, e a alienação não é de todo inesperada como resultado decorrente dos próprios problemas. O trabalho do autor exterioriza os seus conflitos, refletindo os efeitos de um recém-diagnosticado transtorno bipolar nas muitas superfícies de Istambul. Através das fotografias podemos testemunhar a vida quotidiana em Istambul e os sentimentos que esses momentos invocam no fotógrafo — é-nos dada a oportunidade de olhar o interior da mente de alguém que está fortemente medicado.
As cenas nas fotografias são serenas, às vezes arrepiantes, muitas vezes inquietas, mas também estranhamente amorosas. A interação entre uma pessoa com transtorno mental e uma cidade de 16 milhões de habitantes: Talvez seja um apelo constante para viver num lugar menos caótico, ou um desejo de entender o estado de espírito da cidade e do autor.
Podemos explorar o apego do autor à vida.
Uma pergunta emerge da história: Quem está a ser esquecido aqui; o fotógrafo ou a cidade?
Através do uso da fotografia, o corpo do trabalho cria uma memória comum tanto para o autor como para a cidade. Uma coleção de fotos que permite olhar para trás após a luta terminar. O trabalho ainda está em desenvolvimento, pois o corpo de trabalho tornou-se uma ferramenta com a qual o autor interage com a vida e observa tudo o que mudou na cidade. A cidade não vai parar de se transformar, contudo, a história vai acabar: assim que o fotógrafo conseguir explorar todas as coisas que o deixam curioso.
* Não Ficarei Chateado Se Te Esqueceres De Mim
local
→ Galeria do Paço da UMinho (Braga)
horário
→ Segunda a Sábado: 10h00 - 18h00
→ Domingos: Encerrado
Ci Demi
Vive e trabalha em Istambul. Estudou eletrónica e literatura Italiana, mas não se licenciou em nenhuma das duas. Sendo natural de Istambul, escolheu esta cidade como pano de fundo para as suas histórias. Está constantemente em busca do peculiar e absurdo em Istambul, criando um vocabulário visual da sua cidade através de histórias reais e fictícias. Considera-se 'obcecado' com a ideia de um cenário de catástrofe na mesma. O seu trabalho foi exposto em ‘A Pillar of Smoke’, Les Rencontres d’Arles / Jimei x Arles International Photography Festival, Xiamen / Galerie Paris-Beijing, Paris (2018); ‘Non-manifesto’, Fotoİstanbul (2017) e ‘Postcards from Tarlabaşı’, Pasaj, İstanbul (2017). Foi selecionado para a competição 212 Photography İstanbul (2021). Tendo sido apresentado em publicações como L'Œil de la Photographie (2017), GUP Magazine (2017), Fabrika Zine (2018), VSCO (2019), Istanbul Art News (2019), Nowness Asia (2021), Fisheye Magazine (2022), WePresent (2022), Art Unlimited (2022), entre muitas outras, o seu trabalho foi ainda publicado num livro de fotografia intitulado ‘Lila/c’ (colaboração com 140 journos SO, 2017). Como fotógrafo autodidata, inspira-se em histórias de horror e pinturas de diferentes eras. As suas cores vibrantes, mas sinistras, que podem ser consideradas umas das características visuais do seu trabalho, derivam dos ‘giallos’ dos anos 70. Trabalha como fotógrafo. É afiliado da PLATFORM by GAPO.
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