BerlIN
Diane Meyer
Estas imagens, apresentadas no âmbito do Festival Encontros da Imagem, fazem parte de uma série de 43 fotografias costuradas à mão que retratam toda a circunferência do antigo Muro de Berlim.Foram aplicados diretamente na fotografia bordados de ponto cruz que encobrem partes do retrato.O bordado adquire a aparência da pixelização e assume a linguagem visual da imagem digital num processo analógico, feito à mão. Em algumas imagens, as faixas de bordado representam a mesma escala e localização do antigo Muro de Berlim, fornecendo uma imagem pixelizada do que há por trás dele. Dessa forma, o bordado aparece como um traço translúcido na paisagem de algo que não existe mais, resgatando o peso que o muro ainda tem na história e na memória. Ao bordar áreas da imagem em forma de pixeis estabeleço comparação entre falhas de memória/esquecimento e a corrupção do ficheiro digital.
As imagens foram capturadas no centro da cidade, bem como nos arredores, onde eu segui o antigo caminho do muro através de subúrbios e florestas. Estava particularmente interessada em fotografar locais onde não restassem vestígios visíveis da parede original, mas onde ainda fosse possível ver traços subtis da sua existência. Estes traços incluem, incongruências na arquitetura, ocorridas à medida que novas estruturas foram sendo construídas em terrenos recém-abertos, mudanças nas luzes das ruas ou até vegetação mais recente. Muitas vezes, as secções bordadas na imagem percorrem a linha do horizonte, formando uma separação não natural que causa um bloqueio no espetador. Este aspeto da costura enfatiza os limites não naturais criados pelo próprio muro. A costura, de caráter macio e doméstico, proporciona um contraste literal com o betão da parede e um contraste metafórico com o seu simbolismo. Como a escala dos pontos se mantém, o tamanho total da imagem determina a quantidade de detalhes capturados no bordado, resultando em mais de 30.000 pontos individuais nas peças maiores da série.
Existe outro tema que percorre o meu trabalho, é o interesse pela natureza porosa da memória e pelos meios como ela pode ser interrompida e substituída por imagens, bem como o meio pelo qual a fotografia transforma a história em objetos nostálgicos que obscurecem a compreensão objetiva do passado.
local
→ Theatro Circo (Braga)
horário
→ Segunda a Sábado: 14h30 - 18h30
→ Domingos e Feriados: Fechado
Diane Meyer
Diane Meyer tem um Bacharelato em Fotografia pela Universidade de Nova Iorque, Tisch School of Arts em 1999 e tem um Mestrado em Artes Visuais pela Universidade da Califórnia em São Diego em 2002. Desde 2005 que mora em Los Angeles. O seu trabalho foi exposto numa exposição a solo na Klompching Gallery, NYC; Griffin Museum of Photography, Winchester; the 18th Street Art Center, Santa Monica; AIR Gallery, NYC, The Society for Contemporary Photography, Kansas City; SPARC, South Pasadena, the Granary Contemporary Art Center, Ephraim. O seu trabalho fez parte de inúmeras exposições coletivas nos Estados Unidos, tais como George Eastman Museum, Rochester; Robert Mann Gallery, NYC; Regina Anzenberger Gallery, Vienna, Austria; Kiscell Museum, Budapest; Paper Positions Art Fair, Berlin; Klompching Gallery, NYC; The Brattleboro Museum of Art, VT; Burrad Arts Foundation, Vancouver; Kunstagentur Dresden, Germany; Große Rathaus, Landshut, Germany; the Diffusion International Photography Festival, Cardiff, Wales; Arena 1 Gallery, Santa Monica; the Laband Art Gallery, Los Angeles; ABC Treehouse, Amsterdam; Fototropia, Guatemala City; Schneider Gallery, Chicago; Field Projects, NYC; China House, Penang, Malaysia; Galerie Huit, Arles, France; Project 42, Alkmaar, The Netherlands; Clarinda Carnegie Museum, IA; The Center for Photography at Woodstock, NY, Susan Laney Contemporary, Savannah, entre outros. O seu trabalho encontra-se nas seguintes coleções: George Eastman Museum, no Clarinda Carnegie Museum, no Hood Museum, no Museum of Contemporary Photography, Chicago e na University of Maryland. Diane Meyer é representada pela Klompching.