Extreme Pain, but Also Extreme Joy
Maggie Shannon
Após grande parte dos EUA entrar em confinamento no início de março de 2020, comecei a acompanhar algumas parteiras em Los Angeles, enquanto elas navegavam pelos novos protocolos causados pela pandemia Covid-19. Ao fotografar as parteiras, explorei o que significa suportar a vida num momento de tristeza e dor.Os telefones das parteiras não paravam de tocar com chamadas de mulheres aterrorizadas, à espera de dar à luz em segurança nas suas casas. Para estas mulheres essa parecia ser a única opção devido aos hospitais lotados e a muitos deles proibirem parceiros na sala de parto, juntando à possibilidade de passar pelo parto sem máscara e num ambiente familiar. No meio do surto de Covid no final de 2021, comecei a documentar parteiras em West Michigan. Muitos dos seus pacientes testaram positivo, recusaram-se a ser vacinados ou a usar máscaras durante as suas consultas. Elas estão na linha da frente no que toca à observação de complicações de Covid em mulheres grávidas. Após os dois anos de trabalho sob extremo ‘stress’ as parteiras estavam com falta de pessoal, sobrecarregadas e esgotadas. As parteiras fornecem orientação e tutela assentes na sabedoria geracional, combinando experiência médica e apoio emocional. Este trabalho desenvolve-se à sombra do movimento criado para anular Roe vs. Wade. As parteiras demonstram determinação na hora de dar poder às mulheres para estas fazerem as suas próprias escolhas e adaptarem as suas próprias experiências corporais, quer seja em terminar uma gravidez ou em dar à luz em casa. Num momento marcado pela separação e morte, estas histórias de conexão e cuidado são especialmente curativas. A gravidez e o trabalho das parteiras não está bem documentado; as realidades do parto ainda são tabus. Quando um processo difícil se torna ainda pior devido a uma pandemia global e a leis restritivas, a necessidade de ser honesto sobre o parto e sobre os nossos próprios corpos torna-se ainda mais importante. Cada uma destas histórias é única, e a apresentação de uma diversidade de mães e trabalhadores que ajudam no parto é crucial a este projeto, fazendo com que não seja apenas uma versão favorecida. Esta pandemia afetou desproporcionalmente as mulheres, e este projeto ressalta alguns dos fardos que elas têm de suportar.
local
→ Galeria do Paço da UMinho (Braga)
horário
→ Segunda a Sábado: 10h00 - 18h00
→ Domingos: Encerrado
Maggie Shannon
aMaggie Shannon é uma fotógrafa especializada em retrato e trabalho documental. Maggie conta histórias sobre pequenas comunidades e os seus rituais sociais de forma a elevar vozes marginalizadas e a criar um mundo mais inclusivo. A sua abordagem é fundada em honestidade, empatia, e uma curiosidade infinita. Oriunda de Martha's Vineyard, recebeu o seu MFA pela School of Visual Arts in Photography, Video and Related Media e está agora sediada em Los Angeles, Califórnia. Maggie foi selecionada como Fotógrafa Emergente PDN 2018 e nomeada uma das Magnum's 30 com menos de 30 anos. É membro da Women Photograph e o seu trabalho na American Photography 35 e 36. O seu primeiro livro ‘Swamp Yankee’ (2016), conta a história da pesca de tubarão na Nova Inglaterra.
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