A pedra preta arde
Olga Sokal
20 set – 03 nov 2024
SOMA — Plataforma Cultural
- Exposições Coletivas
- Fim-de-semana Inaugural
- Emergentes 2023
- Braga
Esta obra faz parte de uma exposição colectiva As Veias Abertas com curadoria de Vítor Nieves.
A pedra preta arde
De acordo com o relatório de 2021 da Agência Internacional de Energia, o carvão foi responsável por mais de 40% do crescimento global das emissões de CO2 nesse mesmo ano. Muitas vezes confundido com um combustível sujo do passado, a sua extração e utilização estão novamente em alta, com 432 novas minas previstas a nível mundial. Ao longo da história do carvão, é possível observar os cenários devastadores das cidades que sofreram danos com a sua exploração. Quando todas as pedras negras preciosas são extraídas do solo e o trabalho árduo é retirado da comunidade local, o que resta é mais do que a soma das cicatrizes na terra. Utilizando três narrativas visuais, Black Stone Burns tece as complexas histórias das pessoas e comunidades cujas vidas foram inextricavelmente moldadas pelo carvão. Realizado ao longo de quatro anos em três continentes e cinco países, o projeto parte de histórias familiares íntimas e de fotografias da minha cidade natal, Belchatow, na Polónia. Depois disso, atravessamos o Atlântico e chegamos aos sonhos americanos perdidos das cidades mineiras de carvão dos Apalaches, nos EUA, onde as imagens de dioramas são combinadas com a dura realidade do capitalismo extrativista desenfreado. As estratégias visuais subjacentes à promoção contínua do carvão são investigadas por meio de uma análise da história do Reino Unido com a pedra negra, em que os anúncios de arquivo são confrontados com os anúncios atuais que branqueiam a história do país com o carvão e a pobreza. Por fim, viajamos para as vastas minas de carvão da China e para a degradação ambiental causada por esta extração em grande escala. Questionando a relação entre a teia emaranhada do neoliberalismo, do carvão e do capitalismo, e o papel que a fotografia desempenha nesse contexto, Black Stone Burns explora as estratégias visuais que têm sido diretamente utilizadas pelo capitalismo para vender, expandir e acumular riqueza através da sua vontade de explorar e mercantilizar o mundo natural.
SOMA — Plataforma Cultural
Rua Capitão Alberto de Matos 4, 4700-211 Braga
Horário:
Quarta-feira – sábado
14:00–18:00
