Isto não é dividir para conquistar

Aaryan Sinha

20 set – 03 nov 2024
SOMA — Plataforma Cultural

  • Exposições Coletivas
  • Fim-de-semana Inaugural
  • Emergentes 2023
  • Braga

Esta obra faz parte de uma exposição colectiva As Veias Abertas com curadoria de Vítor Nieves.

Isto não é dividir para conquistar

Este é um projeto que tem as suas raízes na história familiar, desenvolvendo-se numa viagem pelos cinco estados da Índia que fazem fronteira com o Paquistão. Através da fotografia, o autor procura entender de que forma os acontecimentos históricos moldaram a paisagem indiana e a identidade sempre em transformação do seu povo.

O título do projeto tem conotações históricas. Dividir para Conquistar foi uma estratégia britânica que colocou grupos religiosos uns contra os outros. O objetivo era que os indianos se ocupassem em lutar entre si, em vez de desafiar o domínio imperial britânico. Esta tática levou a uma das maiores migrações forçadas da história, com 14 milhões de pessoas deslocadas e mais de 1 milhão de mortos. Um momento que marcou gerações, culminando em quatro guerras entre a Índia e o Paquistão, inúmeras outras vidas perdidas e um ódio profundamente enraizado entre estas duas nações. Passados 76 anos, esta tática está a ser novamente utilizada pelo atual governo de direita da Índia, que tem conseguido polarizar diferentes comunidades com base em diferenças religiosas e consolidar o seu controlo sobre uma nação de 1,4 mil milhões de pessoas.

A maioria das famílias do Norte da Índia tem a sua própria história relacionada com a Partição. Este projeto pretende ser um meio para que as pessoas possam partilhar as suas histórias. A fronteira é o que nos separa; é onde a história está gravada. Uma história que define a identidade da terra de onde é o autor, a terra onde perdeu o seu avô. A linha traçada apressadamente pelos britânicos separou cidades, aldeias e famílias. O avô paterno de Aaryan fazia parte das Forças Armadas Indianas, cujo percurso começou no Colégio Militar Indiano, anteriormente chamado de Colégio Militar Real Indiano, onde conviveu, comeu e cresceu ao lado de oficiais do Exército Paquistanês. No entanto, após 1947, estariam frente a frente em quatro guerras. Ambos os seus avós maternos migraram para a Índia em 1947.

Num tempo de divisão política que leva à polarização da população, o projeto centra-se nas semelhanças em vez das diferenças. O objetivo é criar uma plataforma para a reflexão e o diálogo.

SOMA — Plataforma Cultural
Rua Capitão Alberto de Matos 4, 4700-211 Braga

Horário:

Quarta-feira – sábado
14:00–18:00