L’originale, l’ombra e la ripetizione (O original, a sombra e a repetição)
Francesca Faulin
21 set – 26 out 2024
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva
- Exposições Coletivas
- Fim-de-semana Inaugural
- Emergentes 2023
- Braga
Esta obra faz parte de uma exposição colectiva Não Estar Nem Aí com curadoria de Vítor Nieves.
L’originale, l’ombra e la ripetizione (O original, a sombra e a repetição)
“À medida que a sombra cresce, cresce também a distância entre o original e a cópia”
Numa noite de novembro de 1985, quando se deslocava de bicicleta para casa, Francesco, o filho do meio dos meus avós maternos, foi atropelado por um carro e morreu instantaneamente. Tinha 31 anos e eu tinha cerca de 10 meses. Tendo crescido com os meus avós, raramente os ouvi falar dele ou do que tinha acontecido.
Sempre pensei que o tabu era a morte de um filho jovem. Há alguns anos, após a morte dos meus avós, encontrei um diário escrito pelo meu avô sobre Francisco que me abriu uma realidade mais complexa. O diário era um relato bastante pormenorizado do que acabaram por ser os últimos dois anos de vida do meu tio e o período agudo da sua doença mental e depressão.
A esquizofrenia afeta 1 em cada 300 pessoas em todo o mundo. Embora não seja uma doença “nova”, é considerada a psicose dos tempos modernos. O psiquiatra suíço E. Bleuler cunhou o termo há mais de um século, uma combinação dos termos gregos antigos skhizein “dividir” + phrēn “mente”, na convicção de que o sinal mais importante desta doença é “a divisão de diferentes funções psicológicas, resultando numa perda de unidade da personalidade”.
Num mundo que continua a tentar compreender as causas e os diferentes modos da esquizofrenia, que é agora pensada como um contentor de diferentes patologias, o que significa encontrar-se incapaz de funcionar no contexto social e familiar? Existe uma fronteira entre o antes e o depois? Entre a psicose e a chamada normalidade?
Para além da ligação pessoal a este segredo familiar, o percurso de um jovem que experimenta o início da esquizofrenia parece fornecer uma perspetiva mais ampla sobre a sanidade, a doença mental e todos os espaços entre elas; uma metáfora da luta constante do indivíduo para formar e reformar a sua própria identidade, e coabitar com o outro, e um mundo que pode parecer indecifrável.
Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva
R. de São Paulo 1, 4700-042 Braga
Horário:
Segunda-feira – sexta-feira
09:30–19:30
Sábado
09:30–12:30/14:00–18:00
Domingo
Encerrado
