Madrinhas de Guerra

Curadora: Elina Heikka

Madrinhas de Guerra, 2018

Madrinhas de Guerra é um projeto que conta a história das mulheres moçambicanas que participaram no Movimento Nacional de Mulheres entre 1961-1974. Estas mulheres foram patrocinadas pelo governo português para dar apoio moral aos soldados que lutavam na linha da frente durante a Guerra da Independência de Moçambique. Através de campanhas de escrita de cartas aos soldados, as Madrinhas de Guerra desempenharam um papel fundamental no apoio às forças armadas coloniais.

Algumas Madrinhas conheciam e visitavam regularmente os soldados a quem escreviam cartas, desenvolvendo relações profundas que por vezes levavam a promessas de casamento quando os jovens regressavam a Portugal no final da guerra.

Em troca do seu apoio durante a guerra, muitas destas mulheres foram distinguidas com posições influentes na sociedade e nas classes altas. Algumas chegaram mesmo a receber casas do governo português.

Em 1974, quando a guerra de independência terminou com um acordo de cessar-fogo entre as forças moçambicanas da FRELIMO e o governo português, o Movimento Nacional de Mulheres terminou oficialmente. As Madrinhas de Guerra foram ostracizadas na sociedade moçambicana pelo seu papel no apoio às forças coloniais.

O projeto Madrinhas de Guerra, de Amilton Neves, reflete sobre um pedaço importante da história, mas muitas vezes esquecido. Ele visitou as casas das Madrinhas de Guerra que ainda hoje vivem em Maputo, e que encarnam o passado de opulência vivido durante o apoio do governo português e a subsequente marginalização e desprezo sentidos após a independência de Moçambique.

Galeria do Paço – UMinho
Reitoria, Largo do Paço, 4704-553 Braga

Horário:

Terça-feira – sábado
10:00–12:30/14:00–18:30

Domingo e segunda-feira
Encerrado